Lucas, o filho do senhor que veio morar
para a aldeia, era pobre. Tinha seis irmãos e sua mãe estava novamente grávida.
A sua roupa remendada tinha sido do seu irmão Marcos que foi há duas semanas
para o ultramar. Quando se sujava, metia-se na cama para que sua mãe lavasse o seu
único par de calças. Era uma pobreza franciscana.
Aos 13 anos, Lucas foi trabalhar para uma
empresa de têxteis. Já os seus irmãos mais velhos trabalhavam com o seu pai na agricultura.
O seu pai era muito doente, estava muitas vezes na cama por sofrer de artroses
e nem por isso as bestas dos seus familiares conseguiam deixar o pobre do homem
em paz. Tinham a mania que eram importantes na terra, tinham uma tasca que dava
uns tostões e ninguém lhe chegava aos calcanhares. Até aquele dia em que o
Fernando, o puto franzino, resolve atirar-se-lhe às trombas por ele não o
deixar em paz.
(...)