(Um encontro
planeado num monte junto ao cemitério)
– Desculpa!
– Estava com
medo! Não me parecias tu.
– A esta
hora não é normal aparecer ninguém. E, para mais, os mortos não se levantam.
– Pára com
essas coisas. Não brinques com isso, sabes que não gosto.
– Não
gostas, mas não queres ir para outro lugar.
– Sabes bem
a razão.
– Sei mesmo?
– Para com isso, vamos para ali…
– Não. Hoje vai ser diferente. Quero foder
dentro do cemitério.
– (irritada)
Tás parvo! Nem penses!
– Ok. Estava a brincar contigo. Queria ver a
tua reacção. Anda, vamos ali para trás…
– Espera. Pára. Vem alguém…
– Também ouço vozes…
– Anda. Vamos para trás daquela capela.
(deslocam-se)
– Cuidado. Chega-te para trás…
– Quero ver quem é!
– (agarrando-a)
Deixa lá…
– Tira a mão. Aqui não!
– (Apalpando-a)
Sim! Vai ser mesmo aqui…
– (Admirada) Pára. Olha… consegues ver?
– O quê?
– Estão parados junto ao poste… bem que já
desconfiava.
– Conheces? Consegues ver… foda-se! Foda-se!
– Pois…
– Filho-da-puta!
– Aquela cabra… tão santinha…
– Ai o cabrão…
– Deixa… já vão embora. Vamos sair daqui…
– (Beija-lhe o pescoço) Agora não. Aqui
estamos mais seguros…
– Tu deixas-me louca…
– Qualquer dia somos nós… apanhados…
– (Tirando-lhe a roupa com pressa) Deixa isso
agora…
– Abre…
– Vai com calma… no início…
– Tás toda molhada…
– Vai… faz… faz…
– Vou-me vir rápido!
– Eu já me
vim… faz-me vir mais…
– nunca te
vi assim…
– Estou-me…
– Eu também…
– (suspirando
intensamente) Que bom!
– Espectacular!
– Cala-te! Ouço vozes…
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